domingo, julho 04, 2010

Arminianismo - Parte II

O meu objetivo aqui é provar que os dois princípios citados, além de não serem bíblicos, conduzem inevitavelmente, ainda que o arminiano não tenha consciência ou não tenha essa intenção, a princípios heréticos.

Mas antes de discutirmos os princípios do arminianismo, propriamente dito, vamos refletir a respeito de alguns princípios bíblicos fundamentais sobre a salvação.

A Bíblia afirma claramente que Jesus Cristo é o único meio de salvação. “Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim”. (João 14.6) “Em nenhum outro há salvação, pois nenhum outro nome há de baixo dos céus pelo qual possamos ser salvos”. (Atos 4.12) “Eu sou o Senhor, fora de mim não há Salvador”. (Isaías 43.11)

É importante ressaltar que a afirmação de que Jesus Cristo é único meio de salvação não é um fato ensinado somente no Novo Testamento. Quando o Novo Testamento afirma que Jesus Cristo é o único meio de salvação, ele não está introduzindo nenhum conceito que anteriormente não havia sido revelado por Deus. Quando o Novo Testamento afirma que Jesus Cristo é o único Salvador, ele está meramente repetindo aquilo que já havia sido firmemente estabelecido no período narrado pelo Antigo Testamento.

Muitos não entendem isso é porque acreditam que quando os autores do Novo Testamento se referem a pessoa de Jesus Cristo, eles estejam se referindo meramente ao homem nascido da Virgem Maria. É verdade que quando os autores do Novo Testamento se referem à Jesus Cristo, eles estejam se referindo sim ao homem nascido da Virgem Maria. Mas não é somente a isso que eles estão se referindo. Quando o Novo Testamento se refere à pessoa de Jesus Cristo, a referência não é somente ao aspecto humano de Jesus Cristo, mas é também a seu aspecto Divino.

Em Mateus 1.18, por exemplo, está escrito: “O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Por outro lado, em João 8.58, está escrito: “E disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, EU SOU”. Mas como poderia essas duas afirmações a respeito de Jesus Cristo ser igualmente verdadeiras? Como poderia Jesus Cristo ter nascido como um homem e ao mesmo tempo ter existido antes do próprio Abraão de quem ele era descendente biológico? As duas afirmações são igualmente verdadeiras pelo fato de que na pessoa de Jesus Cristo havia tanto uma natureza humana quanto a natureza Divina. Jesus Cristo existia antes de Abraão, em sua Divindade. Nesse aspecto, ele além de ser anterior a Abraão cronologicamente, era também o Criador do próprio Abraão. “Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez”. (João 1.3) Mas sob o aspecto humano Jesus Cristo era um descendente de Abraão, passando a existir somente depois dele.

É por esse motivo que Tomé não hesitou em clamar prostrado diante de Jesus: “Meu Deus e meu Senhor!” (João 20.28) Não é porque Tomé acreditava que Deus somente passou a existir a partir do momento em que Maria deu luz ao filho primogênito. É porque Tomé sabia que Jesus, antes de seu nascimento, já pré-existia em sua Divindade.

Assim nós podemos entender que quando Isaías 43.11 afirma que, “Eu sou o Senhor, fora de mim não há Salvador”, não há contradição alguma com o fato do Novo Testamento chamar Jesus Cristo de Senhor e Salvador. Não há contradição nenhuma, pois Jesus Cristo é aquele de quem Isaías 43.11 fala, ainda que antes de sua encarnação. Sendo assim, podemos entender que Jesus Cristo é o único meio de Salvação, em qualquer época, seja antes, ou seja, depois de sua encarnação.

Muitos trinitarianos erradamente acreditam que quando as pessoas do Antigo Testamento relacionavam-se com Deus, a relação era diretamente com a pessoa do Pai e que é somente a partir do Novo Testamento que se torna necessário a Mediação de Jesus Cristo. Isso, todavia não é verdade. Jesus Cristo, como o eterno Verbo de Deus, é o único meio possível pelo qual Deus pode ser conhecido ou comunicado. A Revelação de Deus é Trinitariana do inicio ao fim da Bíblia. “Ninguém conhece o Pai se não o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar”. (Mateus 11.27) Quando lemos a respeito de Deus no Antigo Testamento, não devemos entender que o texto esteja se referindo somente a pessoa do Pai. Devemos entender ali toda a Trindade ainda que isso esteja somente parcialmente revelado no próprio Antigo Testamento e não tão claramente quanto é no Novo.

2 comentários:

Natan Cerqueira disse...

Boa exposiçao. Vou ler agora o numero III da série.

Abs
Nm 6:24

Anônimo disse...

Boa cara... valew por nos ensinar!!