domingo, julho 04, 2010

Arminianismo - Parte III

Tendo isso compreendido, vamos agora analisar o arminianismo propriamente dito. O primeiro fundamento é:

1) Que a salvação é oferecida a todas as pessoas individualmente.

Essa é uma afirmação que, sem dúvida agrada ao ouvido da maioria. Mas a verdade é que a afirmação de que a salvação seja oferecida a todas as pessoas individualmente é negada pela Bíblia de diversas maneiras.

No sermão profético de Jesus, por exemplo, ele afirma:
"E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para o testemunho a todas as nações. Então virá o fim”. (Mateus 24.14)
“É necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações”. (Marcos 13.10)
Jesus afirmou isso há pouco mais de dois mil anos. O fato de que o fim ainda não veio significa que o evangelho ainda não foi pregado em todas as nações. Se o evangelho já tivesse sido pregado em todos os povos, isso significa que o fim já teria vindo. O simples fato de que o fim ainda não veio significa necessariamente que a salvação não é oferecida a todas as pessoas e nem foi anteriormente. Se a salvação já tivesse sido oferecida a todas as pessoas, o fim já teria chegado. Isso, por si só, demonstra que a afirmação de que a salvação seja algo oferecido a todas as pessoas seja uma afirmação falsa.

As maiorias dos arminianos afirmam que eles acreditam que o evangelho de Jesus Cristo seja o único meio de alcançar a salvação. Mas a verdade é impossível acreditar que o evangelho de Jesus Cristo seja o único meio de salvação e ao mesmo tempo acreditar que a salvação seja oferecida a todas as pessoas simplesmente o evangelho não é pregado a todas as pessoas. Para afirmar que a salvação seja oferecida a todas as pessoas é preciso negar que o a fé em Jesus Cristo seja o único meio de alcançar a salvação. Um exemplo de arminiano que nega isso (ainda que não tão abertamente) é o famoso evangelista, Billy Graham.

Em 1978 em uma entrevista na Revista McCall, Billy Graham afirmou: “Antigamente eu acreditava que pagãos em terras distantes estavam perdidos se eles não ouvissem o evangelho de Jesus Cristo. Eu não acredito mais nisso. Eu acredito que há outras maneiras de reconhecer a existência de Deus. Pela natureza, por exemplo. E muitas outras oportunidades de dizer “sim” para Deus”.

Ao contrário do que Billy Graham afirmou sobre “outras maneiras”, a Bíblia é muito clara em relação a única maneira. “Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim”. (João 14.6) “Em nenhum outro há salvação, pois nenhum outro nome há de baixo dos céus pelo qual possamos ser salvos”. (Atos 4.12) “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como invocarão aqueles a quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? (Romanos 10.13-14)

Para um arminiano, não há forma de esses textos serem universalmente verdadeiros. Para um arminiano, esses textos só podem ser verdadeiros somente entre as pessoas a quem o evangelho já foi pregado. Já que o evangelho de Jesus Cristo não é pregado a todas as nações, a única maneira de alguém continuar acreditando que a salvação é oferecida a todas as pessoas, é acreditando que elas podem ser salvas sem o evangelho de Jesus Cristo. É negando que o evangelho de Jesus Cristo seja o único meio de salvação. É preciso passar a afirmar, como o Billy Graham fez que “há outras maneiras de dizer ‘sim’ pra Deus”.

Mas porque isso seria válido somente em “terras distantes”, como afirma Billy Graham? Então quer dizer que quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o único caminho, ela está falando que ele é o único somente na parte da terra em que as pessoas ouviram falar dele, mas que nas outras partes da terra há outros caminhos? Ou por que a Igreja não para de pregar que Jesus Cristo é o caminho e não passa pregar as “outras maneiras de dizer sim” juntamente com Jesus? Por que a ênfase em Jesus Cristo em nosso evangelismo? Porque falar em tom de incondicionalidade da pessoa dele se ele há “outras maneiras”? Por que simplesmente não apresentá-lo como uma das maneiras entre outras possíveis. Por que toda preocupação com pregar o evangelho de Jesus Cristo especificamente se há “outras maneiras”? Enfim... Por que o cristianismo não passa a andar de mãos dadas com outras crenças se as outras crenças simplesmente nos apresentam “outras maneiras”?

A verdade é que a crença arminiana de que a salvação é oferecida a todos os indivíduos é uma contradição frontal ao princípio inabalável de que Jesus Cristo é o único Salvador e é também uma porta aberta para o sincretismo com religiões pagãs.

2 comentários:

Natan Cerqueira disse...

Frank, vc acha entao que a relativizacao da Palavra (como as 'outras maneiras de dizer sim') poderia explicar nao so o sincretismo pagao, mas tbm a ansia por ecumenismo com outras religioes das denominaçoes mais 'liberais'?

Frank Brito disse...

Olá, Natan!

Não tenho dúvidas disso! Em última instância, só há duas alternativas:

1) Crer que a salvação não é oferecida a todos indivíduos.

2) Entender que seja e com base nisso abraçar outras religiões como manifestações alternativas de Deus.

Só é possível crer na exclusividade de Jesus e não ser ecumenico ou sincretista se você não parar pra pensar na implicação de dizer: "Só Jesus salva"...