- Que a pessoa acredite que é possível alcançar a salvação depois da morte, caso não tenha sido alcançada ainda em vida.
“Por isso difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão, os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar os vivos e os mortos; pois para este fim, foi o evangelho pregado também a mortos, para que, mesmo julgados na carne segundo os homens, vivam no Espírito segundo Deus. Ora, o fim de todas as coisas se aproxima”. (I Pedro 4.4-7)O texto aqui não se refere à pregação pra alguém depois de morto, mas para os vivos que agora estão mortos. O objetivo de Pedro aqui é explicar a relevância do evangelho mesmo para aqueles que ouviram e, mas já morreram. Pra entender o que Pedro quer dizer aqui, é preciso compreender a base de toda sua argumentação, “os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos”. (I Pedro 3.9) O problema que Pedro trata aqui é que muitos poderiam acreditar que eles poderiam viver de qualquer maneira, pois se morressem então escapariam o julgamento de Deus, pois já estariam mortos. É assim que a maioria das pessoas costuma pensar até hoje. “Devemos fazer o que tiver vontade mesmo que seja errado e imoral, pois só vivemos uma vez”. Da mesma forma, os cristãos poderiam começar achar que de nada adiantaria viver uma vida de santificação, pois no final morreriam iguais a todo mundo e sua vida não teria valido a pena. É por isso que Pedro diz que Deus julgará tanto os que estiverem vivos para o julgamento quanto tiverem morrido antes do julgamento. No julgamento, propriamente dito, não haverá ninguém morto. “Vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem feito o mal, para a ressurreição do juízo”. (João 5.28-29) Quando ele se refere ao julgamento dos mortos e dos vivos, ele está se referindo não a mortos no momento do julgamento, mas para aqueles que já terão morrido antes do julgamento. O objetivo é levar as pessoas a entenderem que não poderão escapar do julgamento de Deus por meio da morte. Os crentes não terão sido obedientes em vão. Os incrédulos poderiam até julgar zombar deles dizendo que não adiantou viver pra Deus se morreriam do mesmo jeito. Mas Pedro mostra que adiantaria sim, pois no final sairão “para a ressurreição da vida”. O propósito de Pedro aqui é duplo. É avisar aos incrédulos de que a morte não é o fim, mas que Deus julgará inclusive aqueles que já morreram e é por isso que o evangelho foi pregado a eles (os que agora estão mortos). É também encorajar os cristãos a entenderem que aqueles que morreram, não passaram suas vidas servindo o evangelho em vão.
Em I Pedro 3.18, o que Pedro diz é que Jesus Cristo foi morto na carne, mas que foi vivificado pelo Espírito. Este é o mesmo Espírito do qual Pedro havia fala no primeiro capítulo que falava por meio dos antigos profetas. O que Pedro está dizendo agora no capítulo terceiro é que foi por meio deste Espírito que Cristo pregou aos desobedientes no tempo de Noé. Isso não significa que eles ouviram essa pregação depois que eles já haviam morrido. Como foi dito no primeiro capítulo, o Espírito de Cristo já falava anteriormente por meio dos profetas. Noé, como profeta de Deus, pregou contra a sua própria geração por meio do Espírito de Cristo. O mesmo Cristo que havia sido agora morto na carne. Estes foram desobedientes e por isso só a família de Noé foi salva do dilúvio.
“Pois Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelo injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no Espírito, no qual foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais noutro tempo, foram desobedientes a quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber oito pessoas, foram salvos, através da água...” (I Pedro 3.18-20)Em Hebreus 4.12, nós podemos ler sobre aqueles que se rebelam contra Deus assim como os homens no tempo de Noé se rebelaram. “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, seguindo o mesmo exemplo de desobediência. Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir a alma e espírito, juntas e medulas, e é apta pra discernir os pensamentos e propósitos do coração”. (Hebreus 4.11-12) A Palavra de Deus é a Palavra do Espírito de Cristo contra o nosso espírito prisioneiros do pecado, ordenando que nós venhamos a nos arrepender. O texto de Pedro não fala nada sobre pregação no inferno ou sobre a oportunidade de salvação depois da morte, pois isso iria entrar em contradição com o que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. O texto fala da pregação de Jesus Cristo por meio do seu Espírito contra aqueles que, em vida, se rebelam contra a Lei de Deus.
Vamos resumir então o que já vimos até aqui:
Em primeiro lugar, vimos que Jesus Cristo é o único meio de salvação, antes ou depois de sua encarnação. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Hebreus 13.8. Não há salvação fora dele.
Além disso, nós vimos que esse evangelho não foi anunciado a todos os indivíduos. Jesus disse que quando o evangelho fosse pregado em todos os povos, viria o fim. Isso significa que até o fim haverá povos que não ouviram o evangelho de Jesus Cristo o que implica também na existência de indivíduos que nunca ouviram o evangelho.
Vimos também que a Bíblia não ensina em lugar nenhum que há nenhuma pregação do evangelho após a morte, mas que para aqueles que morreram, só resta o julgamento.
A única coisa que nos resta concluir, então, é de que a pressuposição Arminiana de que o evangelho é oferecido a todos é falsa e baseada em pressuposições anti-bíblicas.
4 comentários:
Acompanhando. Pode continuar!
Graça e Paz!
Muito Bom.
to no aguardo do restante.
Pode fazer uma pressãozinha pra continuar?
Mto bom.
Deus te guarde, Frank.
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